quinta-feira, 26 de maio de 2011

Felicidade, simplicidade


Dias felizes são aqueles que você ri de qualquer bobagem
E passa o dia assim, bobo
Sorrindo com os Olhos e com a Boca!
                                                      Andréia Martins.M.Lopes


quarta-feira, 18 de maio de 2011

Um conto de fadas que aconteceu.



Capítulo I

Foi assim...
A noite estava clara, quando eles se viram pela primeira vez. Seus trajes não eram os habituais, estavam vestidos de fantasias e surpresas.
E quando seus olhos se encontraram, eles sabiam que a magia ali presente os havia enfeitiçado e que alguma coisa iria acontecer àquela noite.
Mas se você pensa que foi como em um conto de fadas, que o príncipe dançou uma valsa ao luar com a princesa e depois se beijaram e foram felizes para sempre se enganou. Essa história não é um conto de fadas, mas um conto real!
Continuando... E os dois seguiram para a festa, não foi em uma carruagem, ou dentro de uma abóbora, mas em um carro comum e junto com outras pessoas foram para a grande festa!
Todos os seres estavam reunidos, tinha gente e coisa de tudo que era jeito: grande, pequeno, gordo, magro, colorido, misterioso, extravagante, chato, legal, bonito e feio.
A festa estava armada! Comida, bebida, flash’s e alegria!
A música começou, mas não era valsa, mas música alegre, animada, bem diferente desses contos melosos de fada!
E eles beberam, dançaram, pularam até não agüentar. Dois estranhos que se conheciam há anos.
Não ficavam longe um do outro um minuto sequer, e quando acontecia, ele a procurava por todos os lados, e ela sem que ele percebesse fazia o mesmo.
E foi em meio a toda essa empolgação, algo inesperadamente esperado aconteceu: eles se beijaram. Apesar da garota não ser princesa e ele plebeu, ou camponesa e rei a diferença entre os dois era grande, mas apesar desse abismo eram como peças de quebra-cabeças que se encaixavam perfeitamente, sem faltar nem sobrar.
Depois disso, a festa ganhou mais vida, mais cor, mais alegria! Pelo menos para os dois.
Permaneceram assim durante todo o tempo, nem no momento em que inimigos se cruzaram gerando uma pequena batalha eles não se separaram, pelo contrario, ele se colocou a frente dela para protegê-la e ela sorriu diante da valentia do jovem rapaz.
E você caro leitor deve estar pensando que a história esta no fim e terminará com um sonoro "E viveram felizes para sempre" certo?
Lembre-se que este é um conto real e por ser real, tudo pode acontecer. Não existe final, apenas recomeço.
Pois bem, como tudo o que é doce termina, a festa também terminou. Cada qual voltou para seu reino, castelo, casebre ou caverna. Eles também.
Cada um foi para o seu lado, na esperança de um dia poderem reencontrar-se novamente.
Depois da festa encantada, passou-se muito tempo... (tempo pequeno para alguns, mas uma eternidade pra eles). Apesar de manterem contato através do espelho encantado a saudade aumentava a cada dia...
O caminho que os separa é em meio a uma selva de pedras, com monstros devoradores de cabeças, mais de 40 ladrões, assassinos, e um dragão terrível chamado capitalismo, dificultando ainda mais a passagem entre os dois reinos.
Enquanto isso fica a espera(ança) até se encontrarem de novo e continuar este conto fantástico da vida real.

Um conto de fadas que aconteceu. Parte II

Capítulo II

E o tempo passava... Passava devagar como quem caminha em uma praia deserta, observando os movimentos ritmados das ondas do mar...
A saudade dos dois era imensa, tão grande que mal cabia no peito. Mas à distância e as dificuldades para que pudessem se ver eram muito grandes. Era quase impossível o reencontro... Quase...
Pois em uma bela manhã, as borboletas levaram uma linda mensagem para ela: “estou chegando!”.
Seu coração transbordou de tanta felicidade! Finalmente iria revê-lo.
 Sob o sol da tarde de primavera que seus corações se abraçaram e se beijaram novamente. Um beijo doce, quente, suave, um beijo com sabor de saudades, com gosto de reencontro, com cheiro de carinho.
Foi difícil, mas ele conseguiu vencer os obstáculos e finalmente pode se ver nos olhos dela novamente.
Eles deram as mãos e saíram pela cidade com as faces iluminadas de tanta alegria como um sonho que se tornou realidade.
Foram dias intensos e noites maravilhosas, regadas a carícias, beijos, sorrisos, brincadeiras, desejo, ternura, olhar.
Foram poucos dias, mas para eles parece que foi uma eternidade, pois desfrutavam de cada minuto como se fosse o último.
Você querido leitor, deve estar se perguntando: “serão amigos? Namorados? Amantes?” Não tente entender, rotular ou definir, pois você nunca irá conseguir. É algo mágico que foge das definições dos dicionários e as regras da sociedade.
Sentimento não se explica apenas se sente. É algo bonito que foi construído pouco a pouco, como uma semente que germina no inverno e desabrocha na primavera.
O laço entre os dois foi tão forte, tão intenso, que um dia seus corpos se fundiram em apenas um. Suas almas se tocaram só ouvia a música que emanava de seus corações e eles finalmente se entregaram a este sentimento, este desejo que a muito ficou guardado. Eles nunca haviam se entregado dessa forma, de corpo e alma pra ninguém. Tudo era novo, estranho e bonito.
Ele a olhou nos olhos e disse: “eu gosto de você”. Ela sentiu como se aquelas palavras doces, acariciassem seus cabelos e tocasse seus lábios suavemente... Ela sorriu e disse que sentia o mesmo, seus olhos transmitiam verdade, toda a verdade que guardava em seu coração.
O amor começava a germinar, mostrando suas primeiras faíscas, aquecendo suas vidas que nunca mais seriam as mesmas.
Mas infelizmente todo sonho um dia termina, e eles tiveram que se separar novamente... Ele voltou para seu reino e ela ficou.
Mas desta vez, apesar de longe eles estão mais perto do que nunca. Pois agora ele tem um pouco dela e ela um pouco dele. Agora eles têm certeza que o que eles têm é de verdade e a certeza de que vão se encontrar novamente. E uma promessa: independente do que aconteça, mesmo que algum dia eles não se vejam mais, ou seus caminhos tomem rumos diferentes, eles nunca deixaram de se falar, pois o amor uma vez construído é eterno esteja ele onde estiver.

Continua...

Um conto de fadas que aconteceu. Parte III

Capítulo III

E assim a vida dos dois seguia... Cada um em sua respectiva selva de pedras, com seus trabalhos, estudos e compromissos.
E a saudade apertava a cada dia que passava. Não havia um só dia que ela não pensasse nele, e ele nela. Estavam distantes, mas unidos pelo pensamento.
Tudo corria bem, ele mergulhado em seus estudos e projetos e ela trabalhando em suas pesquisas e buscando um trabalho que lhe dê sustento e prazer, pois as coisas no seu reino andavam muito difíceis.
Eles se falavam quase todos os dias, mandavam mensagens por mensageiros ou se viam pelo espelho encantado.
Mas algo de diferente começou a acontecer...
Eles não se falavam mais como antes, algo estava mudado, ela o sentia distante.
Não sentia seus corações conectados como antes, e isso a entristecia muito, pois sentia que depois de cinco primaveras, estava sentindo o amor brotar sem eu coração, e de uma forma que nunca imaginava que aconteceria novamente...
O que estaria acontecendo?
Ela passava por um momento muito delicado em sua vida, seu coração estava imerso na mais completa escuridão. Sua vida tinha o cheiro e o gosto da saudade. Seu cheiro é doce, assim como as lembranças dele que levava em seus olhos e em seu coração para todos os lugares que ia. Recordava dos momentos felizes que passaram juntos desde o primeiro dia que se viram antes de tudo isso acontecer sentia paz...
Mas ao mesmo tempo tinha um gosto amargo. A ausência do olhar, da sua voz, da sua pele, do seu cheiro, do abraço... Esta falta às vezes chegava a lhe cortar a alma, doía o coração. Ela queria beijá-lo, abraçá-lo, olhar em seus olhos e dizer o quanto o ama, pois algo diz em seu coração que ele não tem idéia do quanto o sentimento dela em relação a ele é grande, e o quanto é importante em sua vida. Mas o abismo entre os dois não permitia. Apenas ele possuía a chave para o reino dela. Mas ela não tinha este privilégio. Triste, ela abre seu diário pessoal e traduz para as páginas brancas o que passa em seu coração:


“Por que dói tanto a espera...
a saudade tem um cheiro doce, mas seu gosto é amargo como fel
Acho que não tem nada pior do que estar longe de quem se ama
A alma esvazia, o coração fica no escuro e meu corpo é tomado por um frio que nem o sol pode aquecer.
À distância, a ausência é perturbadora.
Por mais que eu durma não consigo descansar.
Saudade de quem se ama...
Mas quem eu amo não posso ter ao meu lado, perto de mim
 Nossos corações estão conectado pra sempre em uma conexão mágica que só amor pode construir
E é desse amor e das doces lembranças que sigo minha vida, que me da forças para continuar.
E a suave certeza de que nos reencontraremos um dia, e em fim poderei ouvir de novo o som de sua respiração, e a melodia do seu coração.”
Agora só lhe restava à espera que tanto lhe angustiava. Mas pior que a distância geográfica, era a distancia que ela sentia que seus corações estavam tomando. Estaria certa ou enganada? Seu pressentimento estava certo?
Perguntas que lhe atormentava o sono... Queria acreditar que estava enganada, que era apenas uma cruel impressão.
Mas somente o tempo dará as respostas que espera.

Um conto de fadas que aconteceu. Final

Cap. IV – O Final

O tempo passava e a saudade era imensa!
A dor da distancia e da indiferença dilacerava-lhe o peito de tal forma que sua alma sangrava mortalmente.
Os dias eram difíceis, o mundo estava triste, havia perdido todo o brilho, toda a cor. E como se não bastasse, a morte ceifara a vida de dois entes queridos os quais ela tanto amava. Era inverno em seu coração, um inverno frio, cortante, sombrio.
Mas o tempo passou, e com ele um novo ano se levantou e com ele seu aniversário, data em que o conheceu que sentiu pela primeira vez o amor florescendo em seu peito e perfumando-lhe a alma.
Resolveu então mandar-lhe um telegrama, afinal, passaram-se duas primaveras desde o baile em que se conheceram.
Qual não foi sua surpresa a resposta foi imediata. Não demorou e o pombo-correio chegara com a seguinte mensagem: “Ainda não te esqueci.”. Seu coração aqueceu-se novamente, de forma que a muito não sentia e um sorriso iluminou sua face e viu diante dos seus olhos a esperança renascer.
Os meses se passaram e ela percebeu que na verdade nada havia mudado, tudo voltara a ser como antes. Inconformada mergulhou em uma profunda angustia que transbordava em seu coração.
O gosto amargo da saudade e do arrependimento inundava-lhe a boca.
Os rapazes de seu reino, por mais interessantes e atraentes que fossem não despertavam-lhe o interesse. Estava presa, seus pensamentos, corpo e alma eram dele.
Como se não bastasse, as coisas em seu reino iam de mal a pior. Tudo estava confuso, ela não sabia o que fazer em quem confiar. A traição e a mentira rondavam seu castelo como um urubu esperando que sua presa morra para devorar suas vísceras.
Por muitas vezes desejou que a morte viesse lhe dar o beijo fatal, mas a morte não vinha.
Certa tarde resolveu visitar uma velha feiticeira que vivia em seu reino. Era uma mulher poderosa, conseguia ver o presente passado e futuro, criava poções encantadas e desfazia feitiços. Mas não era uma bruxa má, como essas dos contos de fadas.
A feiticeira viu toda sua vida de forma tão cristalina como as águas do mar, deu-lhe conselhos valiosos e confirmou o que seu coração sabia todo o tempo: precisava esquecê-lo e seguir com sua vida.
De fato, ela sabia, sempre soube que este seria um conto com começo meio e fim. Ela sabia que não seriam felizes para sempre.
Ela sabia que a muito ele já não a amava, mas também tinha certeza de que jamais iria esquecê-la, assim como ele viverá pra sempre em sua lembrança.
Depois deste dia, como um encantamento toda angustia que sentia passou, e a névoa que cobria sua alma foi se esvaindo aos poucos até desaparecer completamente.
Finalmente conseguia ver o sol e sentir o perfume da vida novamente. Estava livre, seu coração estava leve.
E hoje lembrando-se dele, não tem arrependimento, mágoa ou culpa, pois guarda em si uma das histórias mais lindas que viveu e tem a certeza que o que tinha de ser se deu.
Porque era ela, porque era ele.

FIM



Andréia M.M.Lopes