segunda-feira, 22 de abril de 2013

Try - Pink




"Ever wonder ‘bout what he’s doing?
How it all turned to lies?
Sometimes I think that it’s better to never ask why"

"Where there is desire there is gonna be a flame
Where there is a flame someone’s bound to get burned
But just because it burns doesn’t mean you’re gonna die
You gotta get up and try, try, try"

"Funny how the heart can be deceiving
More than just a couple times
Why do we fall in love so easy?
Even when it’s not right"


                 " Where there is desire there is gonna be a flame
Where there is a flame someone’s bound to get burned
But just because it burns doesn’t mean you’re gonna die
You gotta get up and try"



domingo, 7 de abril de 2013

Pequena estória entre Ele e Ela



    A noite estava escura, não havia sinal de luar. Ao menos para ele.      
   Era inverno dentro de sua alma, apesar de ameno, o frio ainda cortava e gelava dentro de suas artérias. 
  Mas mesmo assim, saiu.       
  Foi então que a conheceu.  E se encantou, talvez com seu jeito, seu estilo, seu modo de falar, talvez uma mistura de tudo, só sabia que sua presença era agradável, a conversa era boa, sentia-se bem como a muito não sentia.       
  O tempo passou. A afinidade foi aumentando a cada dia, e percebia que o tal encantamento, teimava em transformar-se em sentimento, o que o preocupava demasiadamente. Não, não agora. Não é o momento.      
   Até que, numa noite de primavera, suas mãos se entrelaçaram e o primeiro beijo aconteceu. Aconteceu de uma forma natural, simples, havia um pouco de magia, encanto, ternura, calor, um pouco de tudo.       
  Era bom. O inverno foi dissipando-se lentamente de seu peito, dando lugar ao calor aconchegante, terno, sereno. Sem perceber, os laços começaram a se estreitar.       
  Não, isso não podia acontecer, não agora, não dessa forma.       
   E desde então, a distância tomou o seu lugar.      
   Quando se encontravam, era bom, como se cada momento fosse único, e a distância entre eles se dissipasse. Mas em pouco tempo, tudo voltava como antes.    Boa parte da reciprocidade foi diluindo-se, talvez numa mistura de medo, insegurança, ou mesmo sentimentos, que lembranças passadas traziam a tona.           
    O que no inicio era doce, começou a perder o encanto, o sorriso, vivia sem saber o quanto este momento poderia durar.  Mesmo assim, sentia-se muito atraído por ela. Existia entre os dois, uma química, uma empatia, ou talvez um magnetismo que os aproximava, sobretudo quando se viam um nos olhos do outro.      
   Mas mesmo com a distância, mesmo não querendo, não podendo, não estava em seus planos se envolver novamente. O sentimento, esta flor delicada, mas forte, brotou dentro dele. Mesmo sabendo que ela não se sentia da mesma forma, apesar de toda a distância, de negar pra si e para os amigos mais próximos o que ocorria, era tarde demais.       
  Observava outras garotas, algumas bonitas, interessantes, mas nenhuma delas despertavam-lhe as sensações que ela lhe provocava. Envolver-se, tentar algo ou mesmo beijar outra mulher não passava por sua cabeça, tampouco por seu coração. Não se sentia atraído por ninguém, não sentia vontade de beijar outros lábios que não fossem o dela.     
    Criava desculpas para si mesmo, dizendo que era apenas uma fase, que gostava da solidão.       Até que o rapaz se deu conta de que estava mais envolvido do que pensava. Apenas varria o sentimento para debaixo do tapete, escondendo de si próprio, toda aquela emoção.      
   De todas as garotas que conhecia, não sentia emoção, não lhe interessava. Apenas lembrava-se dos profundos olhos castanho-escuro, de seus negros cabelos cacheados, do modo em que ela o fazia rir, da sensação que sentia quando suas mãos se entrelaçavam do calor do seu abraço.       Ele sabe, tem consciência de que não podia, não devia sentir, mas sentimento é tal como cavalo selvagem, impossível domar.       
  Mas ele tem consciência de que ela não sente o mesmo, ou ao menos, desconfia, devido às atitudes da garota, só gostaria que as coisas fossem um pouco como eram no inicio, que o gelo da distância, se derretesse, dando lugar à amizade que antes existia entre os dois. Que as risadas, as conversas diárias, os encontros, se tornassem frequentes como eram antes.       Mas ela, a garota de pele alva, Cabelos negros e olhos profundos, permaneciam na neutra distância que os envolvia.      
   O tempo passou, e em uma tarde de outono, a decepção embaçou os olhos dele, a mágoa embargou sua voz.       
  Via o passado, um passado negro e repetir, ali, bem na sua frente, exatamente no mesmo lugar.       
  Se coração encheu-se de uma mistura de raiva e mágoa, que enlameou seu coração.       
  Mais uma vez, o pacto não se cumpriu, o cristal da confiança se partiu.      
   Ele abrira seu coração a ela, e ela fez a única coisa que ele disse que iria feri-lo.       
  Mas ele, não brigou, com a garganta ardendo, engoliu as lágrimas salgadas,
   a abraçou e se despediu. 

 
Andréia Martins.M.Lopes