Em
uma fria noite de inverno, caminhava pela minha rua distraidamente.
O
asfalto molhado devido à chuva fina e leve que caia e molhava meus
passos. Paro em frente a um edifício não muito alto e o observo.
Todas
as janelas fechadas, escuras, apenas uma estava aberta e iluminada.
Mas
como era no segundo andar, não dava pra ver muita coisa, apenas uma luz amarela
que beijava as paredes e o teto, e um quadro que parecia conter uma paisagem.
De
repente uma voz de homem começou a cantar, acompanhada de um violão.
Parei
pra ouvir.
Sua
voz era grave, um pouco rouca, bonita. Ele parecia cantar com a alma.
Fiquei
parada, ali diante da janela, do outro lado da rua ouvindo a voz do homem
misterioso. Tentei mudar de posição várias vezes, na inútil tentativa de ver ao
menos um traço, os cabelos do dono desta voz que tanto me encantou.
Em
vão.
Quando
ele parou de tocar, fiquei imaginando como seria... Quanto ano deveria ter,
qual será a cor de seus olhos?
Penso
que deve ser mais velho, já que sua voz era carregada de experiências.
Virei-me
e segui meu caminho, sorrindo, sonhando, imaginando como seria este homem, que
agora tornou-se meu, segurando seu violão com mãos fortes e tocando melodias
delicadas na minha fantasia.
Andréia M.M.Lopes
Um comentário:
de uma simplicidade, leveza...delícia de ler esse texto seu
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