domingo, 16 de março de 2014

MAL TRAÇADOS E ÀS PRESSAS


"Nunca pensei que saudade
Em um mundo como o nosso pudesse existir.
Tudo passa com tamanha ansiedade
Que julguei a nostalgia delírio de escritor.
Nunca pensei que pudesse haver falta
Quando tanta coisa sobra na cidade.
Sobra pressa, sobra estresse, sobre hiperatividade.
Nunca pensei que isso pudesse causar dor
Ou privar uma pessoa de sorrir.
Pura saudade, livre de qualquer outro fator.

Nunca pensei que me pudesse fazer explodir,
E nem que eu seria capaz de maltratar.
Jamais imaginei que pudesse haver
Coisas que não são de escrever, mas de sentir,
Ou coisas de sentir impossíveis de escrever.
Hoje o impossível anda a me perseguir
E eu nunca pensei que pudesse me vencer ou sufocar.
              
Pior do que uma faca atravessando o peito
É a lembrança da faca quando sai.
Nunca pensei, mas a lâmina faz parte de mim.
E quem de nós todos teria o direito
De querer dissimular o peito aberto?
Saudade que eu nunca pensei existir,
Mas que existindo foi capaz de me estourar,
Possuindo-me foi capaz de me fazer ferir."

Danilo del Monte
http://devaneios-ounao.blogspot.com.br/

Um comentário:

gui disse...

texto foda...