segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Um conto de fadas da vida real - Cap III

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Cap III
E assim a vida dos dois seguia... Cada um em sua respectiva selva de pedras, com seus trabalhos, estudos e compromissos.
E a saudade apertava a cada dia que passava. Não havia um só dia que ela não pensasse nele, e ele nela. Estavam distantes, mas unidos pelo pensamento.
Tudo corria bem, ele mergulhado em seus estudos e projetos e ela trabalhando em suas pesquisas e buscando um trabalho que lhe dê sustento e prazer, pois as coisas no seu reino andavam muito difíceis.
Eles se falavam quase todos os dias, mandavam mensagens por mensageiros ou se viam pelo espelho encantado.
Mas algo de diferente começou a acontecer...
Eles não se falavam mais como antes, algo estava mudado, ela o sentia distante.
Não sentia seus corações conectados como antes, e isso a entristecia muito, pois sentia que depois de cinco séculos, estava sentindo o amor brotar sem eu coração, e de uma forma que nunca imaginava que aconteceria novamente...
O que estaria acontecendo?
Ela passava por um momento muito delicado em sua vida, seu coração estava imerso na mais completa escuridão. Sua vida tinha o cheiro e o gosto da saudade. Seu cheiro é doce, assim como as lembranças dele que levava em seus olhos e em seu coração para todos os lugares que ia. Recordava dos momentos felizes que passaram juntos desde o primeiro dia que se viram antes de tudo isso acontecer. Sentia paz...
Mas ao mesmo tempo tinha um gosto amargo. A ausência do olhar, da sua voz, da sua pele, do seu cheiro, do abraço... Esta falta as vezes chegava a lhe cortar a alma, doía o coração. Ela queria beijá-lo, abraçá-lo, olhar em seus olhos e dizer o quanto o ama, pois algo diz em seu coração que ele não tem idéia do quanto o sentimento dela em relação a ele é grande, e o quanto é importante em sua vida. Mas o abismo entre os dois não permitia. Apenas ele possuía a chave para o reino dela. Mas ela não tinha este privilégio. Triste, ela abre seu diário pessoal e traduz para as páginas brancas o que passa em seu coração:


“Por que dói tanto a espera...

a saudade tem um cheiro doce
mas seu gosto é amargo como fel
Acho que não tem nada pior
do que estar longe de quem se ama
A alma esvazia, o coração fica no escuro
meu corpo é tomado por um frio
que nem o sol pode aquecer.
A distância, a ausência é perturbadora.
Por mais que eu durma não consigo descansar.
Saudade de quem se ama...
Mas quem eu amo não posso ter ao meu lado,
perto de mim
Nosso corações estão conectado pra sempre
uma conexão mágica que só amor pode construir
E é desse amor e das doces lembranças
que sigo minha vida, que me da forças para continuar.
E a suave certeza de que nos reencontraremos um dia,
e em fim poderei ouvir de novo o som de sua respiração,
e a melodia do seu coração.”

Agora só lhe restava à espera que tanto lhe angustiava.
Mas pior que a distância geográfica, era a distancia que ela sentia que seus corações estavam tomando. Estaria certa ou enganada? Seu pressentimento estava certo?
Perguntas que lhe atormentava o sono... Queria acreditar que estava enganada, que era apenas uma cruel impressão.
Mas somente o tempo dará as respostas que espera.


Continua...

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