“Mas é claro que o sol, vai voltar amanhã”.
Mais uma vez eu sei
Escuridão já vi pior de endoidecer gente sã
Espera que o sol já vem”
Há muitos e muitos anos nasceu uma menina, com olhos assustados, coração
disparado, que morria de medo de tudo.
Vivia assustada, se escondia
dentro de caixas, guarda-roupas, sempre com seus bichinhos e seus
livros, tinha a imaginação como refúgio principal, criava e inventava, brincava
com sua solidão.
Acontece que o tempo não para, e a roda viva nunca para de girar, e a menina foi
crescendo, crescendo... As caixas já
eram pequenas, e o guarda roupa não a
abrigava mais como antes.
"Vai menina
Cresce agora, vai
Eu sei que dói
Vai menina
Deite os lábios
Não vai mais sorrir
Foi janeiro começar longe do sol
Foi do mundo me levantar
E agora é crescer"
Foi do mundo me levantar
E agora é crescer"
Cresceu mais um pouco, foi descobrindo essa coisa imensa que é a vida. E
por muito pouco a perdeu.
Um dia, a menina fitou os olhos da morte, a abraçou, mas a morte, vendo a
vida sorrir nos olhos dela, se despediu, deixando a luz brilhar em seu coração.
Tal qual uma borboleta a menina saiu de seu casulo, e voou para o mundo!
"Vai menina
Veste o peito de coragem
Corra, não perca a viagem
Porque os anos logo vão
Vai menina
Nessa vida é só você
Não espere por ninguém
Ninguém espera por você
Foi de longe que eu me vi
Sozinha a correr
Foi do mundo me levantar
E agora eu vou"
Sozinha a correr
Foi do mundo me levantar
E agora eu vou"
Hoje aqueles olhos assustados, fitam com coragem o presente e o futuro, o
medo não existe mais.
Hoje ela sabe quem ela é de verdade, luta pelo o que acredita, protege todos
que ama, e sabe quem a ama.
Seu peito transborda coragem e determinação, não foge diante aos desafios, segue seu
caminho de peito aberto e esperança no olhar, plantando boas sementes, podando
os espinhos, se lapidando, bebendo a água das tempestades, brincando no sol,
colhendo flores e frutos.
Distribuindo estrelas .
Andréia Martins.M.Lopes
"Quem tem consciência para ter coragem
Quem tem a força de saber que existe
E no centro da própria engrenagem
Inventa a contra-mola que resiste
Quem tem a força de saber que existe
E no centro da própria engrenagem
Inventa a contra-mola que resiste
Quem
não vacila mesmo derrotado
Quem já perdido nunca desespera
E envolto em tempestade decepado
Entre os dentes segura a primavera"
Quem já perdido nunca desespera
E envolto em tempestade decepado
Entre os dentes segura a primavera"
(Primavera entre os dentes- Secos e molhados)